segunda-feira, 11 de setembro de 2017

25 DE ABRIL SEMPRE!


" NUM PORTUGAL ONDE O POVO SE NEGA E RENEGA A SI MESMO!!! AH MEUS CAPITÃES DE ABRIL- QUE INSULTO FEITO Á VOSSA MAGNIFICA GENEROSIDADE, QUE NOS OFERECEU UM PORTUGAL RENOVADO! .... UM PORTUGAL POR ESTREAR - MAS TÍNHAMOS ALCANÇADO O ENSAIO GERAL..."

25 DE ABRIL, SEMPRE!

Espasmo interior
ou revolta fulminante
qual o nome para a dor
vinda do meu tempo infante?


Algozes vis destruíram

em feroz atrocidade

os sorrisos que fugiram

ao futuro da verdade.


Antecedendo o dia luminoso

eles mataram, feriram sem remorso

da tortura fazendo intimo gozo

curvando ao povo as almas e o dorso.


Mas a alma do povo é resistente!

De humilhações de feridas de peçonha

que lhes fechavam as portas do presente

em crueldade bárbara, medonha:
Ânimo erguido! Na luta, na arena
na solidão feroz de cada cela
desprezando o sarcasmo da hiena
caindo em bando sobre uma gazela
o povo foi erguendo em cada não
a história portuguesa do futuro:
fez luz nascer da escuridão!
Um jardim nascia no monturo.

PS:

Perante tanta esquizofrenia social, moral, politica e civilizacional é bom recordar pela voz dos que têm memória, coração e alma que sem Abril VEGETÁVAMOS feitos carneiros podres,ou éramos habitantes de Tarrafais e mais torturas iguais Oh esquecidos, imorais e cheios de arrogância e gangrena sináptica,.
Mas também " alembro-vos" que entre 76 e 79 estive  2 anos preso - não oh doutos na casa de reclusão da Trafaria, mas o Tarrafalezinho-Trafaria  do Coronel de Artilharia Oliveira , conhecido pelo berdamerda, genro do dono de então,  dos chocolates Regina, e de herdades em Casebres que supostamente seriam  "ocupadas" e não foram por acção do feitor - uma merdosa mentira, jamais- Estive preso dois anos em prisão preventiva, todavia se o julgamento em que me poderiam condenar a 16 anos por me ter defendido dos mãos de ferro da FLAMA na Madeira,para onde o General Eanes me mandou para que a FLAMA , quiçá, me executasse, conforme  me ameaçaram ,logo cheguei  ao Funchal,  com o rotulo de comunista.  De tudo dei conhecimento, por escrito, ao Brigadeiro Azeredo e todos sabiam, mas quase todo foram  cúmplices nomeadamente os dirigentes dos partidos ditos democráticos e os da esquerda identificados com o 25 de Abril e com o povo, por cujas lutas fui deportado em 23 de Março  1976 para a Madeira, depois de Pezarat Correia me ter corrido a toque de caixa de Évora pós 25 de Novembro 75. Não me mataram prenderam-me por 2 anos, mas se me tivessem condenado a mais tempo que o da prisão preventiva não teria aceite a prisão e, hoje, com a cumplicidade e o abandono de quase todos seria um morto, e então , quiçá, alguns safardanas me chamariam de mártir, pois gostam mais de mártires do que de um MILITAR DE ABRIL  E DE PÉ.

 Abraço Marília mulher da Diáspora mas viva.
 Andrade da silva


Foto de João Andrade da Silva.
ALMADA


                   ALMADA 1974





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