quarta-feira, 18 de maio de 2016

CORRUPÇÃO: DENUNCIAS E MAIS DENUNCIAS E DENUNCIAS, OUTRA VEZ, E NADA MUDA ,PORQUÊ?

                          




É um percurso assombroso, o do homem que hoje “entrevistou” o primeiro-ministro. Poucos terão notado que, em Outubro de 2012, o diretor adjunto da SIC foi pago para ir entrevistar um concorrente à compra da ANA. Foi uma viagem patrocinada à Argentina que permitiu essa “emissão especial” do programa Negócios da Semana. O potencial cliente pagava assim a um jornalista e editor de economia, garantindo tempo de antena gratuito numa estação de televisão.

Nesse mesmo dia, era transmitida uma outra entrevista, desta feita encomendada por eventuais compradores colombianos da TAP.

Estes Negócios da Semana com a América Latina viriam a penalizar a percepção pública que os espectadores mais intervenientes nas Redes Sociais tinham de JGF, mas não afectaram a sua fabulosa ascensão ao poder da comunicação social.

Gomes Ferreira tem passado entre os pingos da chuva quando se discute o envolvimento dos grandes interesses financeiros e os jornalistas, especialmente aqueles que têm responsabilidades editoriais. Apresentara-se ao país como o paladino contra as PPP, mostrando-se denunciador das más práticas e dos negócios ruinosos. Na verdade, limitava-se a debitar as contas manipuladas pela então oposição liderada por Passos Coelho. Assim que a direita chegou ao poder, o interesse de JGF foi invertido. Esqueceu as “boas práticas” e passou a defender os grandes escândalos que conduziram ao desmembramento e ruptura do tecido económico português.

Foi para muitos uma surpresa que JGF tenha admitido numa entrevista que não era economista: até então exibia-se como grande especialista em assuntos económicos, embora sejam publicamente conhecidas as suas “fontes”. Em Julho de 2012, uma notícia assombrava a comissão de inquérito parlamentar às PPP. Num protesto raro em democracia, os próprios deputados do PSD queixavam-se que o guião das perguntas dos deputados era enviada pelo coordenador da bancada, Mendes Bota, a dois jornalistas (um deles JGF) e um comentador (Marques Mendes). Perante a denúncia do deputado social-democrata Virgílio Macedo, Bota respondeu com o habitual cinismo dos políticos de carreira: tratou-se de um lapso motivado pelo automatismo informático, ironizou.

Ao mesmo tempo que combatia o anterior governo PS, promovia figuras de segunda, detratores do sistema e dos políticos, verdadeiros Robin dos Bosques de trusses e que viria a culminar com a candidatura de ambos (!) à presidência da república. Sim, foi no Negócios da Semana que Henrique Neto e Paulo Morais tiveram os seus cinco minutos de fama, aliás repetidos várias vezes, catapultando-os para uma vertiginosa campanha que o povo castigou, consagrando-lhes o antepenúltimo e penúltimo lugar, atrás de Vitorino Silva, o calceteiro de Rãs.

Durante o consulado de Passos Coelho, JGF viria a decepcionar muitos portugueses que achavam que estava de boa fé, tal foi a defesa acérrima da austeridade, dos cortes das pensões e das remunerações e, sobretudo, na sua militância primária à delapidação do património produtivo português!
Foi, na comunicação social, o mentor das privatizações ruinosas da TAP, da ANA, da EDP e dos CTT. Empresas da esfera pública que não custavam dinheiro ao erário público, pelo contrário, no caso das três últimas distribuíam dividendos ao acionista, trocadas por patacas a grandes corporações financeiras internacionais. Deu tempo de antena, numa lógica de entrevistador passivo, a todos, todos os dirigentes políticos e empresarias que se empenharam nesses grandes negócios para os privados: Ministros, Secretários de Estado, Administradores e outros “especialistas”. Todos os que defenderam a calamidade das privatizações dos últimos anos, tiveram a bênção, o apoio e a anuência de JGF.

Com os políticos de esquerda, JGF não esconde o seu radicalismo na defesa dos grandes interesses corporativos que representa. Na entrevista de hoje, à entrada da SIC, António Costa admitia: “com ele nunca se trata de uma entrevista, mas sim um frente-a-frente”. JGF marchará com todas as forças contra a maioria de esquerda, como hoje ficou bem patente nas “perguntas” (na verdade afirmações) sobre o estado economia, da situação política e da situação da banca, onde não escondeu o fervoroso apoio à venda imediata do Novo Banco, de acordo com o seu “amigo” e mentor desse negócio, seu regular ex-convidado em regime quase semanal no Negócios e ex-secretário do governo PaF, Sérgio Monteiro.

Surpresas não houve no fundamentalismo com que defende o financiamento público do ensino privado. Nunca escondeu a sua ideologia neoliberal, como na longa entrevista que concedeu a Nilton (5 para a meia-noite), em Novembro de 2012. JGF desmontou as erradas políticas económico-financeiras dos EUA de Obama, contrastando com o “excelente” exemplo da extraordinária orientação política de Angela Merkel. Os resultados previstos por este visionário estão à vista dos povos americano e europeu.

Fonte: https://jornalalerta.wordpress.com/2016/05/11/jose-gomes-ferreira-nos-corredores-da-corrupcao/



COMENTÁRIO:




Hoje, ouvi durante horas alguém falar de corrupção em vários cargos de funções públicas e a todos os níveis, que, pese embora, os salários baixos com as alcavalas; emolumentos no caso de oficiais da marinha comandantes de portos, e outros tais e coisas tais, os vencimentos crescem muito, muito, por exemplo, se um militar ao fim de 3 anos recebe x, se for adido militar recebe no mesmo período três vezes mais... factos que associados ás nodoas das pequenas corrupções dos 50, 100, 500 € de centenas/milhares destes e daqueles funcionários dá a dimensão do nível da corrupção deste pais.

Neste libelo contra José Gomes Ferreira, pessoalmente também suspeito deste " sub" homem, não compreendo a que propósito no mesmo texto é referido, de passagem, Paulo Morais, o que também não é explicado e retira força ao texto, que parece resultar do acto de fé completamente delirante do seu  autor, de querer mandar para debaixo do tapete as corrupções de dirigentes e governantes do PS, apesar, das muitas evidencias e crenças em contrário.

Quanto a Paulo Morais parto do pressuposto que é honesto e que a sua fraca votação, revela é o desinteresse pelo tratamento deste cancro letal, que é mortal a DOBRAR, quando praticado por militantes dos partidos de esquerda,  que  também acontece no PS, ao que dizem e como a CS refere, à escala das gentes de Direita. Havendo corrupções de menor escala com outros partidos no âmbito autárquico e nas relações comerciais com diversos agentes.

Sem se resolver o cancro da corrupção e da falta de cidadania NÂO TEMOS FUTURO, NEM DENTRO,NEM FORA DO EURO, seremos sempre um lodaçal...façam os discursos e cartazes que fizerem, sem gente decente nas alavancas do poder não saímos da estrumeira. O comportamento honesto, ou seja, NÂO ROUBAR, é uma questão fundadora da democracia e do estado de direito, e, esta realidade, nenhuma ideologia consegue ultrapassar, mas consegue, e bem, camuflar, esconder, porque desistimos de nós,  desde logo  e à cabeça cerca de 5 milhões de portugueses  nem voltam, nem se revoltam, estão civilmente mortos, facto que os donos disto tudo agradecem.

Não nos preocupemos. Amanhã, porque está um certo calor, vamos acordar todos com os pés quentes, se vivos, mesmo que sem-abrigo . PUDERA!

MAS BASTA!

Andrade da silva

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