céu azul da Madeira
“O romper das auroras inicia-se,em cada dia, por
uma pequena luzinha, lá para nascente,que depois agiganta-se e ilumina todo o
firmamento, distribuindo a generosa vida à terra e a todos nós.Se assim
não fosse já teríamos desaparecido da face do planeta azul.Neste ambiente enquadra-se
este texto de Maria José Mauricio acerca do (RE)NASCER PORTUGAL.Bem-Haja!”
GRITO
SORESSALTO PATRIÓTICO 2015-2016
MUDAR, MUDANDO, REVOLUCIONANDO
MOVIMENTO (RE) NASCER PORTUGAL(MREP)
COMENTÁRIO*
Prezado amigo coronel Andrade da
Silva,
Ao
tomar conhecimento da publicação do documento com o título em epígrafe venho
expressar-lhe a minha opinião e o meu sentimento, dizendo que é este Grito sobressalto - Um Grito de alma! Um Grito
libertado com profundo sentir de um militar de Abril, um dos jovens capitães
que se ergueu e bradou a sua revolta contra a guerra colonial; preparou a
conspiração militar com os seus camaradas militares; pegou em armas e virou-as
contra a ditadura; e, em revolução, com o seu
Movimento - o dos Capitães de Abril -, libertaram o povo português do
fascismo salazarista, acabaram com a guerra colonial e lançaram os fundamentos
do regime democrático que veio a ser consagrado na Constituição da República
Portuguesa de 1976.
Neste
sentido, é também um grito libertador, porque libertador é quem o lança com grande
ímpeto, com tanto ardor e com profundo fundamento patriótico, ético e
revolucionário, na acepção do termo quando indica, que, não basta mudar alguma
coisa para que tudo fique na mesma, mas que é preciso mudar intencionalmente
para que algo de novo possa (re) nascer.
E, sendo este (re) nascer um acto
inicial, tal como o amanhecer claro depois da noite escura, tem um propósito indicado:
Defender
Portugal e a sua Independência.
Constata o amigo Andrade da Silva, que
o País de Abril que libertou está cativo, “em protectorado”, com a sua
soberania hipotecada; em desgoverno político; enfermo democraticamente;
delapidado do seu património público; um Estado esvaziado da sua função social,
ao qual governos de direita retiram direitos fundamentais aos cidadãos,
principalmente na área da saúde, na protecção social, na educação; uma economia
em recessão, provocando mais de meio milhão de desempregados e atirando mais de
dois milhões de portugueses para a pobreza, na sua maioria idosos e crianças, e
que força à emigração milhares de pessoas na sua maioria jovens altamente
qualificados à procura do trabalho que o País lhes nega. Um País que parece
definhar-se, sem rumo e sem futuro. E esta constatação, que deverá impressionar
todas as portuguesas e portugueses, cidadãos livres, tem impactos acrescidos e
fundados, de modo muito mais profundo, num capitão de Abril.
E, por isso, grita… ou seja, apela aos
patriotas, mulheres e homens de consciência livre, com responsabilidades institucionais
de defesa e de governação do País, aos que sendo detentores de conhecimentos e
cultura e, por conseguinte, com o dever acrescido de cidadania interventiva,
que se unam, que se insurjam contra o actual estado a que chegamos e, cumprindo
a nossa Constituição, contribuam para que se ponha termo ao caminho para o
abismo a que responsáveis políticos nos conduziram. E faz este profundo apelo
para que se consolide essa união em torno de um objectivo muito concreto: a
eleição do próximo presidente da República.
Para alcançar este objectivo, segundo diz,
é necessário, desde já, iniciar caminho e aponta para a necessidade da formação
de um grupo de liderança, apoiado pelo povo, em torno de um projecto de mudança
que passa pelo (re) nascer dos valores mais nobres do agir político, na defesa da liberdade,
da dignidade, da cidadania, da decência, e na dignificante elevação da
alma e do coração de ser português e
cidadão do mundo.
Aponta caminhos, traça o perfil de um
presidente da República que honre e cumpra a Constituição da República e que
exija do governo que venha a ser eleito, que governe no sentido de pôr fim aos
problemas que minam os alicerces do Estado democrático e social: a corrupção, a
inoperância da justiça, o “totalitarismo” do sistema financeiro. Que defenda
uma política de defesa nacional, de cumprimento e respeito do conceito
estratégico de defesa nacional, que mobilize as portuguesas e os portugueses
para as grandes tarefas de desenvolvimento económico e social. Que paute pela
introdução de mecanismos institucionais que garantam a democracia participativa
e o empenho do povo na vida política. Que defenda a distribuição equitativa do
rendimento e promova políticas para a melhoria das condições de vida da
população.
E, eu, lendo o que diz Andrade da Silva
e escrevendo o que sinto, quase sou tentada a dizer: que cumpra o genuíno Programa do MFA.
Quem diria que passados mais de quarenta
anos, haveria de me assomar à lembrança, aquele que foi, para mim, o mais
progressista e democrático instrumento de governação política elaborado por
militares!
Por todo este seu apelo perpassa uma
genuína vontade de contribuir para a mudança necessária, entrando nela, estando
nela, intervindo com todas as suas forças, com a entrega total de um militar
que ama a sua Pátria e o seu Povo, mas também de um cidadão de corpo inteiro do
país e do mundo que sabe que existe uma dimensão universal de dignidade humana com
um propósito cosmopolita, que faz de cada um em particular um ser único, mas
finito e limitado, e só se pode superar a si próprio abraçando desígnios que
são comuns a todos os povos, entre outros: a paz, o desenvolvimento, a
felicidade.
No meu modesto contributo, para que
este apelo seja ouvido, sujeito à reflexão e à discussão das cidadãs e cidadãos
que o queiram fazer, sublinho os seguintes pontos que consideram muito
importantes:
·
Desde
logo no início do documento (verdade prévia) o facto de ser esclarecido que o
documento apresentado tem antecedentes de reflexão e de intenção. Portanto, o
que nele se diz não é uma mera ideia
espontânea… foi trilhada.
·
Um
segundo aspecto importante é o apelo à responsabilização participativa: Ou se intervém e se muda o que há a mudar,
ou se desiste. Também penso que as pessoas têm que ser responsabilizadas,
porque «Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!», como sublimou Sofia de
Melo Breyner. Por isso, depois da desgraça acontecer, não venham dizer que não
sabiam ou que não se tinham apercebido da situação…
·
Uma
terceira questão fundamental é a defesa
da independência de Portugal e, por conseguinte, a sua Soberania. É importante que se tenha a noção de que está em perigo a nossa própria identidade
como portugueses. Somos o país da Europa que, há mais tempo, tem as suas
fronteiras estabilizadas e com 900 anos de História.
·
Um
quarto ponto de grande importância é a demonstração da situação real em que o
País se encontra. Tal como diz Andrade da Silva: este sistema político, económico,
judicial não serve Portugal nem os portugueses, porque é imoral,
corrupto, incompetente, desumano, totalitário pós-moderno… Por isso é
necessário substituí-lo e cumprir a
Constituição da República Portuguesa, honrando os seus fundamentos para o
desenvolvimento de políticas que ponham Portugal na via do desenvolvimento económico
sustentável, na promoção da educação e do conhecimento e do bem-estar social,
como conquista civilizacional e de respeito
pela Declaração Universal dos Direito Humanos.
·
Por
último, sublinho, que entendo a promoção de um movimento alargado, Revolução (Re)Nascer, como uma forma de
elevação da consciência social, ética e moral dos portugueses e da mobilização
da cidadania participativa, cabendo a cada cidadã/cidadão, escolher as melhores
formas que entenda para o fazer. Mas que PARTICIPE
E INTERVENHA, AGINDO!
É um dever de cidadania que a todas
e todos nos assiste!
Um agir que tem em vista a eleição de um presidente da República, em
2016, à altura dos desígnios nacionais e europeus, com um perfil pré-definido, segundo critérios de elevação ética,
moral, sensibilidade humana e social, competências militares – um militar, como
é afirmado no documento.
Penso que a ideia da eleição de um
militar surge, no contexto actual, face aos pretensos candidatos anunciados que
não são militares. E, neste sentido, não vejo por que não possa vir a ser um
militar um candidato à presidência da República; e não entendo esta indicação
do amigo Andrade da Silva, como uma restrição a um candidato civil. A questão
fundamental é mobilizar-nos, para bem do futuro de todos nós, elegendo um presidente da República que cumpra e
faça cumprir a Constituição da República Portuguesa e que defenda o Portugal de
Abril.
8 de Fevereiro de
2015
*Maria José Maurício
Professora e Formadora
de Educação para a Cidadania
PS: GRITO
http://www.aofa.pt/artigos/Andrade_da_Silva_Grito_Actual_de_Emergencia_Patriotica.pdf
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