sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A MUDANÇA ESTÁ A ACONTECER E COMPLETAR-SE-À.






A MUDANÇA NÃO SE EXIGE, FAZ-SE  COM UMA REVOLUÇÃO POLÍTICA que pode admitir em fases precoces lutas avulsas,  mas  é preciso saber sempre quem é quem, quem está a cavalgar a onda da revolta e dirige todas as manobras. 

O povo não pode ser peão num xadrez que lhe passe ao lado. Os plebeus têm de se mexer e muito, mas à beira de um abismo de olhos vendados ou guiados por Davidianos podem  ser  levados ao suicídio colectivo.

 UMA REVOLUÇÃO  PRECISA DE UMA DIRECÇÃO,  de um GRUPO DE LIDERANÇA POLITICO-MILITAR, sobretudo num país, como Portugal,  tão dividido em opiniões muito cristalizadas e organizadas  em torno de cinco ou seis quadros de pensamento, os partidos,  alimentados por 500 mil militantes e um número variável e móvel de simpatizantes, em torno daqueles quadros de pensamento, até aos 5 milhões de portugueses; os restantes cinco milhões perdem-se pela miséria extrema, cerca de dois milhões, outros pela doença crónica e velhice desistente e outros, ainda, pela simples  revolta, negação da democracia e da politica.

Neste pais, como em muitos outros, se não houver uma força agregadora e que dê um rumo ao tsunami da revolta e do protesto, podemos estar perante a eclosão de muitas escaramuças, anarquia pura em que no  Dia D+1  todos se envolvem  à “Batatada”:  todos contra todos.

Também no PREC ia havendo disto, estive em situações que o evitei, e, revisitei-as nalgumas cenas  na  manifestação junto  do Palácio de Belém,  nesta tão simples circunstância,   enquanto muitos diziam:  “são todos uns gatunos. Todos para a rua!”,  um coro de protestos organizado proclamava - Os deputados do…  (seu partido) são dignos e honestos, os nossos deputados são intocáveis”.  E esta posição, de defesa de parte dos deputados e políticos de dados quadrantes,  em  muitas das manifestações de rua,  são muito fortes e maioritárias, e a partir destas posições quebra- se a unidade.

E os exemplos mais próximos do Egipto e outros dizem como se muda de politicas e regime a baixo custo humano, só  quando todo  um povo está mobilizado maioritariamente por uma força politica  - no caso egípcio a irmandade muçulmana – facto que leva as Força Armadas a  se inclinarem para o campo da vitória, e o resultado foi o que se viu. Interessa sublinhar que todos lá sabiam para onde iam, ou seja: SAIR DE UMA DITADURA, PARA UMA DEMOCRACIA.

Só UM GRANDE DESÍGNIO NACIONAL CLARAMENTE DEFINIDO, POR QUEM FOR CREDÍVEL, PODE MOBILIZAR TODO UM POVO PARA A REVOLUÇÃO POLÍTICA IMPERATIVA. ESTA REVOLUÇÃO  INICIAR-SE –À  NA PERIFERIA DA EUROPA, ou do MUNDO, como há muito previu Samir Amin. 

PELO FACTO DESTA REVOLUÇÃO  TER COMO  BERÇO O SUL DA EUROPA DEVERIA SER: A REVOLUÇÃO DA LIBERDADE, DA DIGNIDADE, DO DESENVOLVIMENTO, OU SEJA, DA INTELIGÊNCIA E DO AMOR.

Se assim não acontecer tudo  passará,    e remeter-nos-à ao remanso da rotina, roubo, exploração, corrupção e ditadura mitigada.

O POVO está na rua, porque não assumem as suas responsabilidades as elites morais, sociais, académicas, cientificas, politicas e militares, da Nação, porque esperam? Porque não se declaram disponíveis para ouvirem o povo, a plebe, e com ela delinear o novo estado?

 Há quem diga que isto é o modo de costume de cavalgar o povo,  mas vejamos, se será assim:

 Os que defendem que o importante é vir o povo para a rua, que depois do seio das manifestações nascerá a liderança e o rumo, como no caso da génese das Religiões, que, segundo Durkheim,  surgem em momento de grande dúvida e  fervor em que milhares se reúnem e para responderem às suas angústias,  num ambiente de exaltação, criam um Deus,  para os que pensam que  assim será na politica ,  com estas descidas do povo à rua, segundo convocação de outrem que não pertence por completo a este grupo – plebeu, um dia se descobrirá,  a partir do chão que se pisa, o caminho certo, será ?

 Também é certo que não se convoca ninguém para fazer uma Revolução, esta, faz-se por uma multiplicação de acções e desesperos que têm de ter lugar, enquanto o escravizador aperta o garrote, porque logo que ele o solte um pouco, passará de demónio, a salvador.

O actual governo de Portugal , sendo maquiavélico, conhece bem estas técnicas, para provocar  o síndrome de Estocolmo, o que, estreita a janela de tempo para agir, em que é preciso gritar e manifestar o protesto, apresentar as feridas e a fome, mas na minha opinião cercar o Parlamento é o Dia D de uma nova época, e esta tem de ser pensada, de algum modo, antes de se efectivar, mesmo que estivéssemos sós no Mundo, e realmente não estamos, até para sobrevivermos biologicamente precisamos do Mundo.

 E  neste contexto só posso entender UM CERCO AO PARLAMENTO, EM CONTRADIÇÃO COM OS QUE O PROPÕEM, COMO UM ACTO DE TSUNAMI PARA LEVAR TUDO ISTO À FRENTE, SE, ASSIM ACONTECER NO LARGO DE S. BENTO, ESPERO QUE O DIA D+1 NÃO SEJA DIRIGIDO  PELOS ENCAPUÇADOS QUE ATIRAM UMAS GARRAFINHAS AOS POLICIAS, E NO DIA SEGUINTE PORIAM   O PESSOAL COM UMAS TÁBUAS AO PESCOÇO, COMO PENITÊNCIA POR NÃO OS VENERAREM, O QUE,  PODE NÃO QUERER DIZER POR TEREM EXPLORADO A PLEBE mas…

Face a tão evidente e imparável mudança social, por ora, em ambiente híbrido  entre democrático e pré-revolucionário, é um erro calamitoso, o Governo de Portugal e os Governos da Europa, e, entre nós, também o Partido Socialista não verem estas realidades, e os Chefes Militares, ainda, julgarem que mais FORTE que a realidade será o que chamam influências externas para alterar o estado de alma e prontidão dos meus camaradas militares do quadro permanente no activo, nada menos rigoroso,  a EVIDÊNCIA SOCIAL tem mais força que todas essas eventuais influências, e mesmo estas palavras que modestamente, de um ponto de vista sociológico,  pretendem sublinhar as evidências.

A MUDANÇA FAZ-SE E ESTÁ A FAZER-SE.TODAVIA HÁ UMA GRANDE LUTA ENTRE MUDANÇAS ANTAGÓNICAS  LOGO A VITÓRIA PARA NÓS PLEBEUS SERÁ UM FEITO DE GIGANTES, MAS AO NOSSO ALCANCE.

 andrade da silva

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