domingo, 20 de maio de 2012

FRIO DE BREU.






“ o poema aos poetas, o estado de alma a todos, é universal, cósmico, sem peias, nem ameias, livre”


frio
álgido,
frio de neve,
nos tempos e modos,
nas palavras e actos,
que num jogo satânico
transforma os signos:
 da maldade, da morte,
 do desemprego
nascem  oportunidades,
maiores,
 para o  Suicídio.


frio de Neve,
 desamor
que assalta todo o meu território:
congela-me,
o corpo falece,
a alma revolta-se, e luta,
no campo as papoilas
servem de mortalha,
caio.
valeu a pena?...


os coiotes avançam,
tantos que são,
levam para as funduras, fundas,
do inferno
os concidadãos que sucumbiram
ao purgatório:
pobres desgraçados,
morrem sem dignidade,
são escravos vencidos,
nunca conheceram Spartacus.


morre a primavera
de abril e Maio,
mas no horizonte,
no cosmos infinito,
tudo se transforma:
um pássaro de fogo,
incendiário, esplendoroso
faz-se aos céus -
Abrasará o joio,
 o trigo loiro florescerá.


outros  tempos,
outras palavras,
outras construções,
outra sociedade,
beijarão, na paz e com  amor,
a mátria:
as mães, o filhos e todos
terão eira e beira -
O AMOR TRIUNFARÁ.


 tudo, tudo,
está à distância
das nossas mãos,
corações e pensamentos livres.
tudo, tudo mesmo:
LIBERDADE,
DIGNIDADE,
DESENVOLVIMENTO.
Mátria livre!

Nós, todavia, poderemos
estar ausentes.
cairá, então, a noite
morreremos,
definitivamente:
Amor,
Liberdade,
Mátria.


andrade da silva

20 de Maio de 2012, ou de 1945, ou de 3012, será?



4 comentários:

Marília Gonçalves disse...

à Mátria um grito altisonante pela Frátria

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

também.

Marília Gonçalves disse...

Capitão,tudo o que sofremos valeu a pena, porque graça a si e a outros jovens Capitães, aconteceu Abril e Abril redime nosso sofrimento e quanto temos de humano e falível.
O que Abril durou, foi pouco e os ignorantes espicaçados pelos mal intencionados, confundem Abril que pouco mais durou que um ano, com tudo o que veio a seguir para demolir uma das mais belas páginas de Historia de todos os tempos, mesmo se houve traições na sombra; nada pode apagara Luz e a realidade de Abril de 1978 e dos meses que se lhe seguiram. Quando os outros vieram, começaram a minar Abril, e começou a derrocadas das mais belas conquistas imaginadas e realizadas.
Estou a lembrar*me do pema duma Poeta francesa, enorme, que morreu muito menina, com cerca de dezasseis anos, e é hoje reconhecida como grande Poeta, seus poemas, amadurecidos no sofrimento causado por doença grave e prolongada, tornaram-na um adulta-Menina: Sabine Sicaud, que num dos seus poemas diz, N'oublie pas la chanson du soleil, Vassili. Elle est dans les chemins craquelés de l'été, dans la paille des meules, dans le bois sec de ton armoire, si tu sais bien l'entendre. Elle est aussi dans le cri du criquet. Vassili, Vassili, parce que tu as froid, ce soir, ne nie pas le soleil.


ou o poema de Alfred de Musset " Souvenir, em dois versos dirigidos a Dante: " En est-il donc moins vrai que la lumière existe,
Et faut-il l'oublier du moment qu'il fait nuit "


Valaeu a pena sim Capitao, porque hoje o Povo de Portugal, tem um modelo para seguir, de Solidariedade, de Altruismo, de Conquista de Direitos e o Caminho Rubro da Liberdade, compreendida, vivida em Cidadania, sem desrespeitar nem prejudicar ninguém!

Abraço Capitão, Abraço ao Povo Honesto que se esforça e trabalha e que vai ter que reconquistar Abril e reconquistar o seu Presente e o Futuro de seus filhos, Futuro de Portugal!
Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

onde se lê 1978, leia-se inevitavelmente 1974
Marília