terça-feira, 22 de novembro de 2011

GREVE GERAL - UM PROTESTO DE 66,66% DOS PORTUGUESES



Muitos  dos 66,66% dos portugueses vítimas, actuais ou futuras, do actual estado do desenvolvimento da economia mundial capitalista- chinesa, americana, alemã,   não vão estar presentes no dia 24 de Novembro, na GREVE GERAL, e, também, muitos foram esquecidas no cartaz da inter-sindical, os pensionistas, todavia este protesto é também dos ausentes: É NOSSO.

A centrais sindicais, o PCP,  o BE  e muitos independentes organizaram este movimento de massas,  mas têm de ter a humildade e o discernimento patriótico e mesmo revolucionário, para interpretarem  que este movimento é de 66,66% portugueses, mesmo dos que ora não estão presentes, mas que sensibilizados mais tarde estarão, como mais tarde estará o PS, enquanto partido, ou uma outra força que o venha a substituir,  contra o processo de chinização mundial  que vai demorar muito tempo – a china é o país que tem a economia real a funcionar com um superavit  tremendo, com base na ausência de direitos do trabalho, o que atraíu toda a indústria capitalista que para lá se tem deslocado, desde há muitos anos com a cumplicidade de todos.

 Todo o mundo euro-americano, mais tarde, ou mais cedo se terá de levantar,  contra a hegemonia  chinesa ou outra da mesma natureza. Se mais cedo, através de negociações em paz, se mais tarde só com uma guerra devastadora.

Todavia, é um erro grosseiro de análise dizer que o PS não está nesta Greve Geral, de facto está, desde logo, através dos seus sindicalistas, e obviamente que da UGT, pois ninguém é parvo, quanto às ligações das centrais sindicais com os partidos.

O PS , se não é suicida, também pode estar a jogar um papel táctico no sentido de também confrontar o governo com o resultado da greve geral, para obter os ganhos que pretende nas suas negociações, ou seja, dirá ao governo se não ceder em nada: ou terá o PS futuramente, como partido, no mesmo lado da barricada do PCP, engrossando a contestação social e a politica, ou mesmo que não esteja, então, o governo será o responsável pelo crescimento exponencial da influência do PCP, o que, obviamente fora  de um regime de excepção não interessará nem ao Governo, nem ao PSD.

Neste quadro de análise  se o Governo  não quiser fortalecer o PCP e aumentar a contestação social e politica, negociará com o PS as suas propostas, se quiser isolar o PS negociará com o PCP, aumentando a sua força, o que não parece muito credível .

Contudo se teimar em prosseguir tudo como dantes, aumentará  a contestação social também por mudança no comportamento do PS, e se este nada mudar  no seu comportamento, a contestação social continuará a aumentar sob a influência do PCP, centrais sindicais e as novas forças indefinidas, os movimentos de indignados, que terão grande dificuldade em não serem absorvidos ou combatidos pelos partidos, quando se organizarem, para implementarem uma forma de acesso ao  poder, ou para a organização de uma   sociedade diferente das  que defendem,  aquelas forças.

Por ora na contestação do que está e para enfraquecer o que existe há uma grande concordância, mas quando for para definir o futuro e se colocar a questão da conquista do poder, logo se verá.  Toda a verdade emergirá, e o cinismo e as máscaras cairão. Novos Egiptos?

Todavia, e quanto à greve Geral  do dia 24 de Novembro 2011, é também minha, porque faço parte dos 66,66% dos  portugueses que estão nomeados para pagarem as corrupções, a gestão danosa e, isto, não temos de pagar, outra coisa, são os ajustamentos que temos de fazer para vivermos, com dignidade e justiça dentro das nossas posses que são escassas, o que, muitos esqueceram, e seriam sempre  escassas sem os roubos, mais o  são, por causa da gestão odiosa.

Seja como for - que esta heróica manifestação não perca o Norte, e saiba que, como digo desde 1990, temos de viver de outro modo, mas isso, não implica piores salários, pior saúde, escola ou segurança social, implica sim regressar à produção agrícola, industrial e pescas, à inovação, ao consumo racional e não ao que os alemães e os chineses nos impingem, ao combate à corrupção e à evasão fiscal, ao controle de desperdícios, a gestão competente no sector público e privado, à justiça fiscal, ao crescimento demográfico, a uma cultura do mérito etc.

Se estes movimentos de protesto esquecerem as questões de fundo da sociedade actual, e que carecem de novas soluções nunca antes experimentadas, e  se fecharem sobre si e as suas vitórias tácticas, iremos parar ao INFRNO DE UMA DITADURA, com tiros atrás da nuca para os opositores.

QUE PORTUGAL E OS PORTUGUESES SEJAM SEMPRE OS VENCEDORES!

andrade da silva





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