Muitos dos 66,66% dos portugueses
vítimas, actuais ou futuras, do actual estado do desenvolvimento da economia
mundial capitalista- chinesa, americana, alemã, não vão estar
presentes no dia 24 de Novembro, na GREVE GERAL, e, também, muitos foram
esquecidas no cartaz da inter-sindical, os pensionistas, todavia este
protesto é também dos ausentes: É NOSSO.
A centrais sindicais, o PCP, o BE
e muitos independentes organizaram este movimento de massas, mas
têm de ter a humildade e o discernimento patriótico e mesmo revolucionário,
para interpretarem que este movimento é de 66,66% portugueses, mesmo dos
que ora não estão presentes, mas que sensibilizados mais tarde estarão, como
mais tarde estará o PS, enquanto partido, ou uma outra força que o venha a
substituir, contra o processo de chinização mundial que vai demorar
muito tempo – a china é o país que tem a economia real a funcionar com um
superavit tremendo, com base na ausência de direitos do trabalho, o que
atraíu toda a indústria capitalista que para lá se tem deslocado, desde há
muitos anos com a cumplicidade de todos.
Todo o mundo euro-americano, mais
tarde, ou mais cedo se terá de levantar, contra a hegemonia chinesa
ou outra da mesma natureza. Se mais cedo, através de negociações em paz, se
mais tarde só com uma guerra devastadora.
Todavia, é um erro grosseiro de análise
dizer que o PS não está nesta Greve Geral, de facto está, desde logo, através
dos seus sindicalistas, e obviamente que da UGT, pois ninguém é parvo, quanto
às ligações das centrais sindicais com os partidos.
O PS , se não é suicida, também pode
estar a jogar um papel táctico no sentido de também confrontar o governo com o
resultado da greve geral, para obter os ganhos que pretende nas suas
negociações, ou seja, dirá ao governo se não ceder em nada: ou terá o PS
futuramente, como partido, no mesmo lado da barricada do PCP, engrossando a
contestação social e a politica, ou mesmo que não esteja, então, o governo será
o responsável pelo crescimento exponencial da influência do PCP, o que,
obviamente fora de um regime de excepção não interessará nem ao Governo,
nem ao PSD.
Neste quadro de análise se o
Governo não quiser fortalecer o PCP e aumentar a contestação social e
politica, negociará com o PS as suas propostas, se quiser isolar o PS negociará
com o PCP, aumentando a sua força, o que não parece muito credível .
Contudo se teimar em prosseguir tudo
como dantes, aumentará a contestação social também por mudança no
comportamento do PS, e se este nada mudar no seu comportamento, a
contestação social continuará a aumentar sob a influência do PCP, centrais
sindicais e as novas forças indefinidas, os movimentos de indignados, que terão
grande dificuldade em não serem absorvidos ou combatidos pelos partidos, quando
se organizarem, para implementarem uma forma de acesso ao poder, ou para
a organização de uma sociedade diferente das que defendem,
aquelas forças.
Por ora na contestação do que está e
para enfraquecer o que existe há uma grande concordância, mas quando for para
definir o futuro e se colocar a questão da conquista do poder, logo se verá. Toda a verdade emergirá, e o cinismo e as máscaras cairão. Novos Egiptos?
Todavia, e quanto à greve Geral do
dia 24 de Novembro 2011, é também minha, porque faço parte dos 66,66% dos
portugueses que estão nomeados para pagarem as corrupções, a gestão
danosa e, isto, não temos de pagar, outra coisa, são os ajustamentos que temos
de fazer para vivermos, com dignidade e justiça dentro das nossas posses que
são escassas, o que, muitos esqueceram, e seriam sempre escassas sem os
roubos, mais o são, por causa da gestão odiosa.
Seja como for - que esta heróica
manifestação não perca o Norte, e saiba que, como digo desde 1990, temos de
viver de outro modo, mas isso, não implica piores salários, pior saúde, escola
ou segurança social, implica sim regressar à produção agrícola, industrial e
pescas, à inovação, ao consumo racional e não ao que os alemães e os chineses
nos impingem, ao combate à corrupção e à evasão fiscal, ao controle de
desperdícios, a gestão competente no sector público e privado, à justiça
fiscal, ao crescimento demográfico, a uma cultura do mérito etc.
Se estes movimentos de protesto
esquecerem as questões de fundo da sociedade actual, e que carecem de novas
soluções nunca antes experimentadas, e se fecharem sobre si e as suas
vitórias tácticas, iremos parar ao INFRNO DE UMA DITADURA, com tiros atrás da
nuca para os opositores.
QUE PORTUGAL E OS PORTUGUESES SEJAM
SEMPRE OS VENCEDORES!
andrade da silva
Sem comentários:
Enviar um comentário