domingo, 28 de novembro de 2010

A QUESTÃO PRESIDENCIAL



A questão presidencial não se pode reduzir a um discurso literário de crítica ou análise psicológica à pessoa do candidato Cavaco da Silva. Posto o assunto ao nível do discurso literário, embora criativo, como faz Daniel comete-se grave erro, porque, na minha opinião o núcleo duro do facto é completamente outro.

A questão essencial e nunca abertamente discutida é como se formou e com que objectivos: nacional e europeu uma candidatura alternativa e ganhadora à de Cavaco. Esta é a questão política central, isto é, onde está o cidadão mobilizador, impoluto, suprapartidário, com chama, força para mudar o país e dizer na UE que o rei vai nu.

Criticar Cavaco sem contribuir para uma alternativa vencedora é deixar a cidadania desarmada, é fazer literatura e não política. É mera retórica por mais criativo e interessante que seja o texto, como é o dos 5 Cavacos.

A estratégia das presidenciais tem sido, na minha opinião, errada, à esquerda e à direita, isto é, ao nível do todo Nacional, da totalidade dos cidadãos e da cidadania global, não se tem centrado na grandeza e riqueza cognitiva, politica, intelectual, nacional, histórica e moral dos candidatos, mas sim em factores conjunturais como dinheiro para fazer a campanha, a publicidade e a máquina dos grande partidos. A continuar assim dificilmente teremos um Presidente de todos os Portugueses e que leve Portugal a desenvolver-se na justiça e num paradigma democrático participativo.

A questão não é retórica é politica, é a da constituição de alternativas e mais que a crítica a Cavaco por ser ganhador de eleições, tem é de se criticar a ausência de feeling, sapiência, força moral, determinação, grandeza, inovação politica, conceptual e metodológica e substantiva para se produzir uma alternativa ganhadora a Cavaco .

Com o que diz o autor parece que o povo português é o principal responsável por votar em candidatos razoáveis, quando os cidadãos no seu conjunto não formam candidaturas mais sólidas que só serão possíveis, quando estiverem fora da órbita da militância dos partidos nomeadamente dos maiores.

Concluindo o texto de Daniel Oliveira, editado em 25 de Novembro é interessante, literário, mas sem um contributo claro para mudar o quer que seja.

Cavaco é o passado, como o 25 de Novembro 75 também o é, mas que são passados que ensombram o Futuro, e um deles provavelmente será futuro nos próximos 5 anos, para nossa má fortuna e por um tremendo erro estratégico de toda a esquerda ao não promover uma candidatura forte, mobilizadora, emergente da cidadania e não contaminada pelas práticas viciadas dos partidos.

Os partidos são um bem, mas as suas práticas têm de ser saneadas e o comportamento democrático, ético e aberto têm de ser uma regra de oiro a seguir à risca, o que, está muito longe de acontecer.

De qualquer modo, poderia ser bom que neste transe se relessem com alguma atenção os textos de alerta, 23, no seu todo, que foram editados neste blogue, e que balizaram um caminho que se vai seguindo milímetro a milímetro, e nomeadamente os sobre o desastre que refere que vamos parar às bocas famintas e vampirosas do Fundo de Estabilização Europeu e FMI, ( agora Passos Coelho considera o FMI um bom parceiro para governar em parceria, e, assim, se vê de que é capaz esta gente, para governarem) em parte pelo comportamento dócil dos Governos de Portugal, Grécia , Espanha e Irlanda, - bem Santana Lopes, anda a ler este blogue, será? - e relembraria que a luta vai ser longa, dura e desigual por muitos e muitos anos.

Face a este quadro seria preciso à esquerda sair-se de um certo preconceito moral e politico sem sustentação. Os tempos que aí vêm exigem redes organizadas de solidariedade a nível de associações, partido e sindicatos, como, em momento feliz, a Associação de Oficiais das Forças Armadas acaba de lançar, e que venho defendendo há anos, até num quase manifesto sobre a dignidade do nascimento à morte que já apresentei por vários sítios, mas que não foi semente que caísse à terra, ou o vento levasse para melhores terrenos.

andrade da silva

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

La zone euro rongée de l'intérieur
Libération
Après avoir fait tomber la Grèce et l'Irlande, les « marchés » s'attaquent à l'Espagne et au Portugal, deux autres pays de la périphérie de la zone euro

MAIS: http://news.google.com/news/story?ncl=http://bruxelles.blogs.liberation.fr/coulisses/2010/11/la-zone-euro-rong%25C3%25A9e-de-lint%25C3%25A9rieur.html&hl=fr&geo=us

Marília Gonçalves disse...

José Mário Branco - FMI

http://www.youtube.com/watch?v=ZUJts90HIHc&feature=youtube_gdata