sexta-feira, 23 de abril de 2010

VIVER O 25 DE ABRIL, SEMPRE DO MESMO LADO, COM OS MAIS FRÁGEIS


POVO, MFA E CRIANÇAS ( sempre estiveram presentes)



As crianças, o povo e o meu comandante ouvem-me nas comemorações do 25 Abril 75


.


Logo em Novembro de 1972 gritava de Angola, em carta, escrita da Damba, ao meu camarada, Alferes Custódio Pereira, que a juventude do exército deveria reclamar pelos seus direitos, quanto a andarmos numa guerra perdida.

Em 1973 adiro, desde logo, ao movimento dos capitães. Bebo as palavras de Vasco Lourenço no seu discurso de 9 de Setembro na quinta do velho Garcia, em Évora, e assino em 10º lugar a 1ºfolha do abaixo assinado, não por mero acaso, mas porque quis dizer que era dos primeiros. Todavia eles nem se aperceberam disso, para os dirigentes era tão só mais uma assinatura, mas para mim, não. Era um acto de ousadia, ser dos primeiros a assinar e com o nome bem legível.

Depois fiz parte do grupo dos que se reuniam na casa do Salgueiro Maia, para perscrutar que destinos para Portugal e para Africa.

Fiz parte do grupo que elaborou o plano para a tomada da Escola Prática de Artilharia, de Vendas Novas, e, em boa verdade, dos três que o deviam produzir, praticamente aquele plano foi feio por mim. No dia 24 de Abril muito poucos o conheciam. Tive de me exaltar contra o meu camarada tenente Brandão e Capitão Duarte Mendes, este, porque escolhia os militares mais operacionais para ficarem em Vendas Novas ( claro que os de costume dirão que são vaidades e devaneios meus, but é a factualidade…)

Antes enfrentei o capitão Santos Silva que dizia que só avançaria sobre Lisboa se não houvesse oposição da GNR (heróico) contra o que me opus, e, assim , em dado momento sou substituído pelo meu camarada Brandão, todavia no dia 25 de Abril, de facto, o operacional era eu, - isto não tem qualquer valor especial, é uma mera competência militar entre muitas - e não meu camarada, e, por isso, marchei sobre Lisboa.

No dia 24 de Abril 74 somos os primeiros a entrar em acção entre as 23 e as 24h. Estivemos sós depois de tomarmos a unidade, e, agora, há uns patetas a dizerem que fomos precipitados. Era o chefe da equipa que assaltou o gabinete do comandante, e tive de tomar a mais difícil decisão de um comandante militar que foi a de não abortar a acção, apesar da ausência do elemento mais operacional da equipa, um oficial dos comandos, que substituí em cima da hora, ali mesmo, por um outro camarada, o oficial mais pacifista do Exército, o que, naturalmente, em termos militares e tácticos, era colocar uma carta fora do baralho, como é evidente, evidentemente, numa situação onde era preciso trunfos, ponto.

Mas o 25 de Abril 74 trazia já o seu mau presságio. A força de Vendas Novas vinha sob o comando de um homem antes de depois do 25 de Abril sob suspeita, acabou por ser afastado da unidade. Recebi do então capitão Sousa e Castro a missão de controlar a subunidade daquele capitão, por se crer que fazia parte da maioria silenciosa.

Cumpri esta tarefa que veio a ser descoberta por erro (in) desculpável do furriel Sequeira, ao pedir ao quarteleiro para o informar, se o capitão tirasse armas da arrecadação da companhia de que era comandante. O quarteleiro passou a palavra ao capitão e rebentou a “bronca”. Queriam sacrificar o Sequeira, mas o responsável era eu, e assumi todas as responsabilidades, sem nunca comprometer a Comissão Coordenadora do MFA

Como valeu a pena ter dado a cara por essa gente! Esses mesmos, logo após o 25 de Novembro deportaram-me para a Madeira para ser morto pelos bombistas, facto que denunciei. Não morri, mas fui preso por dois anos por ter enfrentado o bando dos “ Diabos à solta” que me queriam mandar para os “anjinhos”. São estes os meus grandes ganhos.


Depois do 25 de Abril estive sempre com o povo na resolução dos seus problemas, fi-lo todos os dias, mas nunca despi, humilhei ou maltratei agrários, pelo contrário, resolvi problemas entre eles, por exemplo entre o Sr. Veiga Teixeira e o Sr. Infante da Câmara. Recebi daquele uma caixa de pêssegos, por lhe ter resolvido a questão

No próprio 25 de Novembro 75, às 8h, ia para as tarefas do costume, quando sou alertado por Pinto de Sá, de Montemor, que se preparava a minha prisão, o que, me leva a entrar como espectador no 25 de Novembro, alertando o Copcon sobre os movimentos das unidades da região Militar de Évora, nomeadamente o regimento de Estremoz, tão diligente, no 25 de Novembro, quando no 25 de Abril, o parto foi tão difícil.

Mas de tudo quanto fiz e disse, fi-lo à luz de todos, do Povo e dos meus comandantes, como as fotos revelam. Falo sobre um palanque e sou escutado pelo povo nos termos que um cidadão anónimo registou no seu diário, agora publicado pela Fundação José Saramago.( “Uma Família Alentejana” de João Domingos Serra) e também me ouvem o meu comandante e 2º comandante.

O povo do Alentejo conheceu-me no dia a dia, na resolução dos problemas concretos, durante esse tempo aquelas terras revigoraram-se, no trabalho, na produção, no desenvolvimento. O povo reconheceu-o e manifestou-o várias vezes, como também os documentos fotográficos confirmam.

Mas tudo a reacção levou, e não o digo sob o pressão da tristeza pessoal que hoje cobre a minha família, pelas cinzas negras da vida, digo-o com o optimismo que se o POVO romper com as Amarras da mentira, da camuflagem poderemos ganhar de novo a Primavera. Mas como vamos e com quem vamos, o risco de um longo inferno é previsível.

Seja como for o fascismo foi contido, mas não derrotado e muito menos os inimigos do Povo e os corruptos.

Abril não está cumprido na realização de uma politica ao favor das classes trabalhadoras, nem do combate à corrupção, nem sequer, no mínimo dos mínimos, dos fundamentos do Estado de Direito que é a justiça a funcionar com correcção e celeridade.

Como nem isto está acontecer, então, porque se mente e esconde toda a realidade, quando, para sairmos desta grave situação, seria precisa uma grande tomada de consciência pelos grupos cidadãos mais desfavorecidos e frágeis de Portugal.

Perante a evidente moleza dos que pretendem combater a corrupção, graves males nos esperam. Mas não culpem todos por cumplicidades a que alguns, muito poucos, são alheios, porque se recusam a se sentarem à mesa dos cardeais, para receberem migalhas, que o sangue dos desgraçados produz.

É PRECISO APROFUNDAR E DEENDER ESTE ABRIL E NÂO ANDAR POR AÍ ESTRIDENTEMENTE A QUERER O QUE NÃO É PROVÁVEL, DURANTE, MUITO E MUITO TEMPO, OUTRO ABRIL.

LUTEMOS POR ESTE, POIS SE NÃO FORMOS CAPAZES DE O SALVAR DOS SEUS ALGOZES E DETRACTORES, ONDE, ENTÃO, ESTÃO OU ESTARÃO AS FORÇAS PARA UM NOVO ABRIL, QUE IGUAL OU SEQUER IDÊNTICO NUNCA SERÁ. NÃO É PREVISÍVEL NO HORIZONTE DE DÉCADAS MAIS NENHUM MFA. MAS O POVO PODERÁ E DEVERÁ APROFUNDAR O ABRIL QUE NASCEU EM 74.

MAS NESTE ABRIL TAMBÉM DEVE SER DITO QUE MUITOS TÊM FEITO DOS CAPITÃES DE ABRIL, SOBRETUDO DOS QUE SEMPRE ESTIVERAM AO LADO DO POVO, MAIS FIGURAS DA RETÓRICA POLÍTICA DO QUE VERDADEIROS INTERVENTORES NA SOCIEDADE PORTUGUESA DE ONTEM, DE HOJE E DO FUTURO, PORQUÊ?....

ABRIL!.... ABRIL!…..
PORTUGAL E POVO DE ABRIL, QUANTO VOS AMO!



abril 2010

andrade da silva





15 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Andrade da Silva,
Após aprofundado estudo e criteriosa pesquisa os Historiadores descrevem para a posteridade os factos segundo uma visão universal, ou limitando-os a determinado período. Contudo seria por demais importante, interessante e vantajoso que, tal como o João agora fez, mais protagonistas dos diversos acontecimentos históricos, tivessem idêntica preocupação, designada e relativamente quer ao 25 de Abril , quer ao 25 de Novembro e escrevessem a sua vivência . Obter-se-ia assim um melhor e mais completo conhecimento do que motivaram certas atitudes e certas situações, que para a maioria dos cidadãos se mantêm nebulosas .
Realmente o programa do MFA preconizava : Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.
E, depreendo que o João ao afirmar : “ que Abril não está cumprido na realização de uma politica ao favor das classes trabalhadoras, nem do combate à corrupção, nem sequer, no mínimo dos mínimos, dos fundamentos do Estado de Direito que é a justiça a funcionar com correcção e celeridade”, se refere precisamente ao 3º D, pois tudo isto se inserirá no Desenvolver. Estarei errada?
Em minha opinião acho que a Democracia política existe e que a Descolonização se concretizou. Mas é evidente que também considero absolutamente urgente combater a crise económica a fim de que o Desenvolvimento não passe de uma utopia , bem como a Igualdade, a Solidariedade e a Justiça Social.
Bem Haja Caro João e obrigada por este seu testemunho que corresponde à Memória que se deseja conhecer.
Amigo Abraço
Maria José (Gama)

Marília Gonçalves disse...

O 25 de Abril é uma urgência Universal

Abril é uma urgência universal
O mundo fraterno a construir
O uivo a florir no vendaval
De maculadas pombas a cair.

Abril sobre o vácuo do sentir
Mais um Abril aurora flor de luz
Incendiando os olhos do porvir
Na vastidão a previdência de Argus.

Um grito do pensar nova razão
Estridência de seara a repartir
Onde cada se humano seja irmão
E a evidência o tempo a construir.

A bruma do pensar que se desfaz
Ribeiras transparentes a correr
Para que possa enfim surgir a PAZ
Onde a lei final será viver!



Marília Gonçalves

Anónimo disse...

Anónimo VIVA PORTUGAL! VIVA A LIBERDADE! disse...

Em relação aos milicianos, pode ser que diga alguma coisa que se aproxime da verdade, em relação ao pcp com letra pequena, fala com ódio mas com ignorância.
O dinheiro que foiroubado aos portugueses, foi a partir do Mário Soares até ao Socrates!
Se não sabe, não invente.
A UE , com a cumplicidade do Soares, Cavaco, Guterres, Barroso e Socrates, é que levou o país ao estado miserável, que todos conhecemos.
Fale dos lobbys militares mas não aponte a g3 para os mais pequenos, nem para o povo!
Olhe que os portugueses já não confundem ignorância e maldade. São duas posições diferentes, para aqueles que têm o poder.
O pcp com letra pequena, é um partido minoritário que nada decidiu, porque nunca foi ouvido pela Assembleia dos arrogantes, com interesses no capital não tributado.
Em relação ao dinheiro dos portugueses. Quem roubou os cofres foi o Soares e a AD!
Dói mas é a verdade! Fizeram logo a caminha para os políticos dos dias de hoje. Esses sim, são os verdadeiros traidores de Portugal!
Não se esqueça, que o hoje vivemos no fascismo moderno, por isso centre o seu pensamento e não ataque por raiva, pois só atinge os fracos e ignorantes que já levam por tabela, desde os tempos do Estado Novo.
Ou sonha com um Salazar na União Europeia? Seria lindo!
Cumprimentos

Fim de Semana Festival Contos de Liberdade - Organização ARCA


http://adefesadefaro.blogspot.com/2010/04/fim-de-semana-festival-contos-de.html

andrade da silva disse...

Cara Maria José

O programa do MFA para além da simplificação dos 3 D, dizia claramente que era preciso prosseguir uma politica económica, cultural e social em favor dos mais desfavorecidos, apontava até objectivos concretos que foram depois realizados.

Quanto à democracia é preciso aprofundá-la pois que está muito longe de respeitar a igualdade de direitos e deveres. A democracia e a Republica precisam de se dignificarem, pondo termo à incompetência e à impunidade.

Os paises africanos são independentes, temos de trabalhar na cooperação e apoiar os povos no seu desenvolvimento e democratização, e quanto a esta digo povos e não governos,por razões de todos conhecidas.

Julgo importante que cada um fale das suas experiências, já propus a realização desse trabalho a A25A, mas pode não interessar.

Obrigado e abraço

Ao comentador Viva Portugal não sei a quem se refere quanto ao ódio ao PCP, da minha parte nem sei o que isso possa ser. Da minha parte há a mais profunda amizade e cumplicidade nas lutas justas dos mais desfavorecidos que estão nas bases do PCP, do PS, do BE e mesmo do PSD e CDS.

Para mim há povo Português e considero que o PCP tem feito uma luta forte e persistente para defender os direitos dos trabalhadores contra a ditadura neo-liberal, logo não sei a quem o comentário é dirigido. De qualquer modo esclareço o que é de universal conhecimento.
Bom Abril pelo povo e com o povo, particularmente os mais desfavorecidos e seus aliados.

obrigado
abraço
asilva

Anónimo disse...

compreendeu mal
deixei um coment com o endereço abaixo caso desejasse ripostar

eu sou justamente contra tudo o que prejudica Abril
para ver aqui:
http://adefesadefaro.blogspot.com/2010/04/fim-de-semana-festival-contos-de.html

Jerónimo Sardinha disse...

Ao Andrade da Silva.

Bom trabalho de memória. Boa exposição de factos. Viva repescagem das horas que antecederam o início do golpe e dos dias e meses, atribulados, que se lhe seguiram.

Já sabias, por experiência, que seria mexer num ninho de víboras. Não tardou, embora EU saiba de onde vem o comentário. Já lá irei.

Continua. Vamos reescrevendo a história, desmistificando ideias e factos, forçando a que a verdade, verdadeira, seja ouvida. Poderá acontecer que quem se socorre de chavões e frases manipulativas se incomode a pesquisar com verdade e se junte à realidade.

Aos que conhecem e compreendem a história e as suas duras realidades, a gratidão pelos seus comentários e suas achegas.

AO VIVA PORTUGAL/ARCA,

Gratos pelos seus comentários.

Tiveram entre outros o condão de nos relembrar o facciosismo e os chavões utilizados desde sempre.

A sua razão deverá ser reafirmada com a entrevista dada pelo Sr. Dr. Álvaro Cunhal a um jornal espanhol em fins de 1974, afirmando peremptoriamente, sic "que em Portugal nunca haveria um parlamento". Está escrito, publicado e nunca contrariado. É facto.
Daqui se infere na perfeição, a justificação das suas afirmações.
Se pretende falar de fascismo/resistência, agradeço que a minha boa Amiga me explique porque razão desapareceram dezenas de processos, de resistentes, da PIDE/DGS, na primeira fase da Comissão de Extinção, sabendo de antemão quem foi o seu primeiro Director, a sanha com defendia uma facção e as piruetas que fez ao longo da sua vida.
Se acaso pretende retrocar esta afirmação, posso tornar públicos os factos que conheço, só necessitando para o efeito de pedir autorização aos ainda vivos, alguns dos quais não vejo há trinta anos, mas que sabemos onde estamos.
Tudo o que não fosse P.C.P. era para destruir. Não haveria passado.
Mentira cruel e desastrosa que só levou ao descrédito.
Já esqueceu da estratégia Kalinine?
Estranho. Eu não consigo esquecer a estratégia Kissinger/Carluci.
Mas não me permito criar mitos ou defender mentiras e fraudes.
Para os que julgam que só os Comunistas resistiram ao sistema do Estado Novo, desenganem-se. Foram uma gota de água num oceano muito mais vasto.
Não nos podemos esquecer que para Salazar e seus esbirros todos os antagonistas eram comunistas. Daí o mito.
Mas também, e talvez por contraponto, todos os que não comunistas, são considerados fascistas para estes.
Tenhamos termos, isenção e acima de tudo falemos do que sabemos e não ofendamos amigos e Cidadãos que já fazem parte da História de Portugal, embora ainda vivos.

Sabe a Minha Cara Amiga, por acaso, que, tendo a ORDEM DA LIBERDADE sido atríbuida a cidadãos estrangeiros, como Lula da Silva e outros, como a Isabel do Carmo, Jaime Neves, etc., não se sabe porque razão, ainda não foi atríbuida a muitos dos Capitães de Abril, incluindo aquele a quem agora se permite repreender?
Esquisito, não é?

Uma outra situação.
Este blog não comenta noutros blogs.
Quando o assunto e os factos o justificarem, fará referência, com a devida vénia e a devida identificação de autor.

A minha gratidão pessoal, por mesmo com termos e motivos enviezados se dignarem falar e comentar Abril. Um Abril desejado, sofrido, mas ainda não conseguido.
E de Liberdade e liberdades falaremos noutra ocasião e contexto.

Um Abraço solidário ao Andrade da Silva,
a minha gratidão e companheirismo a todos.

Jerónimo Sardinha

VIVA PORTUGAL! VIVA A LIBERDADE! disse...

O comentário de 23 de Abril de 2010 11:28 foi copiado de outro blog!
Não se faz!!!
Está completamente fora de contexto!

O comentário de 23 de Abril de 2010 12:10, não foi redigido pela minha pessoa.

Criou-se aqui uma confusão desnecessária.
Se assim o desejar, pode eliminar os dois comentários.
Cumprimentos

Marília Gonçalves disse...

Companheiros de Abril

quem já não está a entrar nas metáforas sou eu que não estou a perceber patavina do que dizem
e acho que estes quarenta anos de França me estão a fazer perder os sentidos ocultos da linguagem.
So vejo falar do PCP e nem chego a perceber se estão a falar mal ou bem ou até se estão neutros. O que é isso do Álvaro Cunhal?
o que posso dizer por andar de blogue em blogue é que a reacção esta bem acordada e à espera... sabe o povo insatisfeito e deve preparar-se para o melhor
quanto a comentários saídos do seu contexto raramente são interpretáveis sem confusão.
Estive no link abaixo, aconselhado por quem postou e tive mais uma vez a sensação de não perceber as respostas de uns aos outros. Deixei um comentário de acordo com o meu sentir, mas acho que deixei de ver o chão que cada um pisa
grandes confusões
ainda vou voltar lá outra vez para ver se agora diante da sua resposta percebo de que se fala. E não sou exactamente "bronca" mas para debates políticos ou escondem algo ou então não percebo porquê em todo o lado tudo está tão hermético?
pelo que reli acima nada vejo que me choque e nem vejo chavões...
o que vejo é uma baralhada infinita... que me deixa tão às escuras como anteriormente.
Além de que companheiro me está a dar uma péssima novidade ignorava que ficheiros da PIDE tivessem desaparecido,ainda há pouco perguntei ao Companheiro Andrade da Silva o que era preciso para consultar os ficheiros neste caso o de meu pai e o meu. Ele disse-me na Torre do Tombo, pensava poder compreender ainda a prisão de meu pai, era o mínimo depois do que vivemos, enfim!
Vejo referências e a factos que nem sequer sei o que querem dizer, penso que se dará o mesmo com outros leitores, já o seu título ontem foi mal interpretado por alguém que apoiando-se no que julgou ler se permitiu defender o 25 de Novembro.
Teremos que ser mais claros e explícitos no que dizemos sobre politica, pois arriscamo-nos a não ser compreendidos ou mal interpretados
O Companheiro parece saber a quem se dirige eu nem sei o que é a Organização ARCA nem quem representa, não esqueça a distância a que me encontro e não me é fácil estar ao corrente de tudo, tanto mais que recebo noticias directas até sobre o tempo, minha mae disse-me hoje que Portugal foi atingido por uma vaga de mau tempo, telefonei ao meu filho diz que por Faro não passou nada! por isso mesmo as melhores intenções podem trocar uma informação por incompreensão da mesma, sem nenhuma intenção malévola.
Abraço amigo
Marília

Jerónimo Sardinha disse...

Caro(a) VIVA PORTUGAL! VIVA A LIBERDADE!

Tenho muita dificuldade em dialogar com a ausência de identidade. Sempre assumi o meu nome próprio, de que me orgulho (não tenho outro), mas enfim!

Diz que o comentário terá sido copiado, não o duvido... quem sou eu para tal!

Estas "graças" acontecem na blogosfera e desvirtuam completamente o sentido das discussões.
Lamento, mas somos tão vitimas, ou mais, do que vós.
E não. Não retiramos nenhum dos comentários.
Com estes esclarecimentos, quem vier, tem o direito de saber o que sem querer, por descuido, ou com má intenção foi feito.
Se você estiver de acordo e "aguentar" o possível impacto, nós aguentaremos seguramente e os comentários ficam íntegros. Desvirtuados, mas íntegros.
Também assim se faz luz na história.

Quanto a poder identificar a origem, não é difícil detectar o ID emissor.
Não sei é se valerá a pena o incómodo.

Saudações,
Jerónimo Sardinha

GiaSantos disse...

Vivi o 25 de Abril ali mesmo entre a Calçada do Carmo, onde vivia e o Terreiro do Paço, onde trabalhava, foi algo inesquecível. A adesão popular, a ingenuidade que perante momentos tão dramáticos a população aplaudiu e subiu para tanques e chaimites empunhando ramos de cravos, denotava bem a necessidade da mudança.
Contudo a maioria da população era apolítica, sentiam-se atrofiados mas eram virgens em questões de política.
Depois regressam os exilados, aparecem os partidos e toda a unidade que tinha surgido com o 25 de Abril e reforçada com o primeiro 1º de Maio festejado sem partidarismos, foi-se.
Viva o espírito do 25 de Abril.
Um Abraço

Marília Gonçalves disse...

VIVA O 25 de Abril!
pena é que tenha surgido com um povo a mais de 40% de analfabetos
assim qualquer boato tinha cabimento
e foi uma interminável rede de boatos que correu Portugal e assustou o povo, porque justamente não tinha preparação politica adequada!
mas
HOJE E SEMPRE VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

ACERCA DE COMENTÁRIOS DESLOCADOS DE ÓDIO AO PCP,POR PARTE DE QUEM?

Vivi estes entre angustias e povo, angustia porque a situação da minha mãe é grave, e, por isso para apoiá-la a à minha irmã parto amanhã para a Madeira, mas vivi com pessoas do povo, gente minha irmã, eram do PCP, do BE, do PS e mesmo do PSD, estes falaram-me da verdadeira social democracia, com todos falei, a todos abracei, a todos amo, são povo, são o meu Abril. Dei como é habitual na tropa uma palmada de assentimento sobre um emblema da JCP que um jovem trazia.

O comentário quanto a um ódio ao PCP no texto que escrevi é um disparate parvo, palerma, tonto e perverso, ponto.

Quem quer que o tenha feito não me levará para lamas, porque em primeiro lugar teria de saber com quem estava a falar e quão credível seria essa personalidade.

O meu texto nada tem a ver com partidos, conta uma gloriosa realidade a da aliança POVO- MFA, ponto.

Mas de entre os militares de Abril como poderia manifestar ódio ao PCP e, por maioria de razão, aos comunistas ou aos acusados de serem comunistas, quando uma das acusações que o coronel chefe da 1ª repartição do Estado Maior do Exército em 1976, sem uer duvida me acusava de ser do PCP.

Portanto se o comentador ou comentadora se quis referir a mim vá mas é .... bugiar. Não vivo em chiqueiros.

Só odeio quem explora o povo. De qualquer modo em 1975 disse no teatro de Montemor ao filho do Agrário Vacas de Carvalho que a acção do MFA não era contra pessoas, mas contra estruturas de poder e de posse de propriedade ilegitimas e imorais. Tenho muito respeito pelas pessoas dos outros, como os textos que escrevo claramente espelham.

Cara Gia eu vi e vivi unidade neste Abril de 2010 é possível quando se age mergulhados em Abril e na cidadania.

Caro jeronimo

Concordo contigo os comentários devem ficar porque são politicos, provavelmente facciosos ou fora do contexto do post, mas falam de realidades que merecem ser discutidas.

asilva

Marília Gonçalves disse...

Companheiros
leio e releio o texto em questão e apenas consigo vislumbrar um sinal de alarme, como se alguém quisesse dizer cuidado alguém está a bater na esquerda e talvez nos Militares de Abril
aliás a pessoa em questão fala de ripostar...
talvez dependa do olhar de quem lê, da intenção que lhe põe
Pessoalmente prefiro poder defender-me que ser mordida pelas costas.Podemos simplesmente a estar a ser injustos com alguém que nos tentou avisar...
e não posso deixar de recordar o poema de Gedeão


Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

António Gedeão, in "Movimento Perpétuo", 1956


Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

VIVAM COMPANHEIROS

Site de Maria Yvonne Frutuoso, a visitar, compatriota nossa
como diz nossa conterrânea (Portugal, minhas origens, raízes, terra dos meus antepassados) com muitos documentários sobre o nosso 25 de Abril de 1974, que os que vivem e trabalham longe ou cresceram longe de Portugal, partilham e sentem intensamente.
Para que não seja tão grande a distância:
http://aldeia-de-gralhas.blog.sfr.fr/mon_weblog/histoire/

Marília

ester cid pita disse...

encontrei neste blog.
(como diz o poeta chinita)
as nossas palavras com sabor a revolução. beijinhos. vou voltar sempre!

ester cid pita