terça-feira, 9 de fevereiro de 2010


pisco de peito ruivo

voltaste
de novo
ao meu quintal
meu
pisco de peito ruivo
pequenino ser
viajante
da natureza
natural
modesta criatura
efémera
como eu
meu igual
voltaste
e o teu peito
ruivo
logo alegrou o meu
que não é ruivo
mas podia ser
de alegria

por te ver.



Publicada por azinheira sou eu

1 comentário:

Anónimo disse...

O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.

A luz lhe falte, o Sol se lhe escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.

Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!


Luís Vaz de Camões