terça-feira, 29 de setembro de 2009


Conselho Português para a Paz e Cooperação



E todas as tardes e todas as manhãs

e todas as noites os homens morriam

choravam as mães, as mulheres, as irmãs

choravam os olhos que já os não viam


e em todos os campos e em todos os mares

e em todas as ruas e em todos os portos

nas cadeiras vazias de todos os lares

perguntam os mortos porque foram mortos


a que Sol murcharam as promessas largas

que neblina esconde a terra prometida

quem marcou a cinza tantas horas amargas

no imenso quadrante do relógio da vida


palavras moldadas no barro do engano

promessas de tudo trocadas em nada

frases apagadas como apaga o oceano

os passos de um homem na areia molhada


e nós sabemos a Verdade e sentimos

para lá das falas das razões dos motivos

provemos aos mortos que não os traímos

devolvendo aos vivos a terra dos vivos



Sidónio Muralha

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