sexta-feira, 17 de abril de 2009

O 25 DE ABRIL É QUANDO O POVO QUISER ! SERÁ ASSIM?...


De um homem de Abril a todo o Povo, e, particularmente, aos jovens ”

Penso que não, porque, se assim fosse, teríamos de concluir que o povo não quer mais justiça social, mais desenvolvimento humano e cultural e um papel mais activo na vida política local, nacional e internacional, o que, por ser tão paradoxal, não deve ser tão verdadeiro, assim.

Na minha opinião, o atraso social e político que se vive em Portugal, mas também em vastas zonas da Europa e do Mundo deve-se ao facto do povo não poder sozinho, ou não saber como, obter o desígnio da constituição de uma Governança que melhor realize o seu ideal de uma sociedade justa.

Debrucemo-nos um pouco sobre a concepção, ao longo da história, do que é o povo. No tempo dos romanos seria a escumalha, os que não tinham quaisquer direitos, depois na Idade Média foi o 3º estado, os servos, ou seja, igualmente gente sem direitos, hoje, nas democracias é definido, pelos vitoriosos e pelos banqueiros, como uma massa informe, estática que só se move para seguir os vencedores, pelo que, maquiavelicamente, o que mais importa aos poderosos é conquistar o poder.

É dentro desta perspectiva de que, o que importa, é alcançar o poder, depois o povo seguirá o vencedor que se definem todas as estratégias politico-partidárias ganhadoras, através do marketing político, em que se vendem às populações políticos e programas políticos, segundo as mesmas regras da comercialização de qualquer produto das prateleiras dos supermercados, isto é, estudam-se as condições de mercado e as necessidades das pessoas, e apresenta-se-lhes o produto embrulhado em papel de oiro - o milagre da ilusão, ou mesmo alucinação - e, normalmente, quando se descobre o engodo já é tarde demais, e pouco há a fazer.

Na política pareceria que com as práticas dissonantes dos governos em relação aos programas sufragados que os povos, onde, as democracias consentem, poderiam corrigir os eventuais erros das suas escolhas anteriores, nos actos eleitorais seguintes, todavia esta chamada inteligência popular de que os vitoriosos, no actual paradigma. tanto falam, também parece não funcionar, há sempre uma crise que enchendo de medo as pessoas condiciona as suas livres opções.

Assim, o povo, no sistema partidário actual tem pouca capacidade de gerar alternativas que não sejam condicionadas pelos lideres partidários, escolhidos pelas respectivas máquinas e pela comunicação social que têm como patrão, o de toda esta gente - jornalistas e políticos – é o capital financeiro, são os banqueiros.

Dentro deste quadro de opções produzido pelos que se auto-dominaram a elite dirigente, os graus de liberdade do Povo limitam-se a escolher mais do mesmo, por vezes, através do encantamento propagandístico, até pior do mesmo.

De escolha em escolha, sem alternativas, mas com alternância, o Povo Português lá vai escolhendo de 4 em 4 anos governos que cada vez mais se desviam do que uma parte minoritária do Movimento das Forças Armadas sonhou que poderia e deveria ser o 25 de Abril de 74. Uma Revolução que retirasse o poder às todo poderosas famílias tradicionais, donas do país, no fascismo, e o transferisse para as classes que nunca tiveram direitos, mas também, aqui, e uma vez mais, as pré-elites que sonharam com este quadro e o povo na generalidade não estavam preparados para uma realidade revolucionária coerente, com objectivos mobilizadores.

Sem estratégia e com a natural imaturidade politica, historicamente comum a todos estes períodos revolucionários, instalou-se um certo caos, a destruição construtiva necessária, que foi aproveitada, pelos que temem o povo, como agente da história, para porem cobro a estas veleidades, o que fizeram em 25 de Novembro de 1975. Alegaram e têm alegado que era preciso suster o golpe totalitário do Partido Comunista, comandado pela URSS, o que foi vendido, como qualquer sabonete, ou qualquer dogma de fé dos tempos da inquisição.

Por tudo isto a análise histórica infelizmente parece dar razão aos que olham para o povo, como um corpo imenso de gente rotinado no rito de seguir os vencedores, sem de facto acreditar séria e profundamente nas lideranças políticas. Mas será mesmo assim, ou terá de ser sempre assim?

Creio que o povo poderá desempenhar conscientemente o seu papel na história se, se alterar o actual paradigma de Governança, mas para isso é absolutamente necessária a emergência de uma nova classe politica intrinsecamente democrática, honesta, assertiva, competente que derrube as máquinas partidárias como aparelhos de produzir capatazes do capital financeiro e máquinas totalitárias de conquistarem o poder, transformando-os sim, em organizações de excelência humana, técnica, cientifica, cultural e moral para em estreita cooperação com o povo realizarem os seus anseios, e promoverem o desenvolvimento humano do povo, no sentido de o tornar um autor e actor na construção do Futuro.

O 25 de Abril será quando o Povo quiser, mas tem como condição absolutamente necessária a emergência de uma nova liderança politica, com novas organizações partidárias ou renovação das existentes.

Para esta ingente tarefa todos são chamados, nomeada e particularmente os mais jovens com as competências e os valores pertinentes ao exercício desta tão nobre missão e desígnio pôr o PODER DO ESTADO AO SERVIÇO DO POVO, DA MAIORIA ESMAGADORA DA NAÇÃO.

Quão belo seria que esta Nau Catrineta se fizesse às almas e aos corações dos portugueses e chegasse a bom porto! Que Belo
e Inteligente!...

andrade da silva
PS: ALERTA
HÁ GENTE QUE TRAÍU A REVOLUÇÂO DO POVO, E, HOJE, QUER CAVALGAR AS ONDAS DE PROTESTO, PARA QUÊ?
Fico verde de raiva.

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