quarta-feira, 8 de outubro de 2008

13 - REFLEXÕES DE G.F. * Nós…


1.
Questionarmo-nos será a postura que nos devemos. Donde viemos? Onde estamos? Para onde vamos?
Será adequada a reacção desordenada a tudo quanto afronta o entendimento que temos do ser e do dever ser?
Será adequada a expectativa de esperarmos que os outros façam o que só nós ou também nós temos o dever de fazer?
Será adequada a resignação quando temos o dever de conhecer a grande sentença do poeta: «tudo vale a pena quando a alma não é pequena»?

2.
No tempo que vivemos, a interdependência dos povos é qualitativa e quantitativamente muito diversa. E daqui decorrem assimetrias profundas e penosas, algumas delas, inclusive, trágicas e amorais. Evidentemente que esta situação e outras mais ou menos afins, são referidas de modo superficial pela dita Comunicação Social, que se fica pelos efeitos, jamais identificando as causas e agentes causadores.
O Mundo vai mal e estes dias que vivemos, de incerteza e angústia, trouxeram a notícia espantosa de o país que lidera a Economia de Mercado ir salvar o império do capital com os impostos cobrados aos trabalhadores. E esta situação configura estoutra: os explorados irão salvar os exploradores, sabendo-se de antemão que tal salvação tem a finalidade de garantir a continuidade da exploração. Edificante!

3.
Intramuros, a situação que vivemos reflecte a empresa em que o mundo se aventurou de toque a finados dos valores que determinaram a luta pela dignificação da humana condição.
Atarantados, os povos, e também este que é o nosso, assistem ao desprezo pelo significado das palavras-chave por que sempre se guiaram. Os governos exigem sacrifícios e mais sacrifícios aos povos sacrificados; a prática política da Direita, do Centro e da Esquerda fundiu-se e já se não distinguem quando são governo. Os povos, exaustos já os sentenciaram: são todos iguais.

4.
Perante este panorama, como dizia o poeta, «há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não». Não se contesta, mas pergunta-se: onde está o resultado prático desta postura?

Gabriel de Fochem
7 de Outubro de 2008.


2 comentários:

andrade da silva disse...

Caro José Augusto

Infelizmente a realidade é,na minha opinião, bem mais cruel, os povos nem seuer assistem ao que se passa de tão alienados que estão, dormem sobre as desgraças dos outros e as telenovelas, enquanto o mal acontece na casa dos outros tudo vai bem. Não diz o adágio com o mal dos outros posso eu bem,Brecht já o disse também e tão bem.

O povo adormecido e cangado só se levanta quando a fome e o desemprego lhe batem à porta, mas mesmo aí enquanto a segurança social der umas pensões nem se revoltam assim tanto.

Tem sido assim, mas este mesmo povo quando encontra lideres à altura faz grandes feitos só que os lideres escasseiam.

Bem mas estes alertas e outros levam a algum lado?

Claro que neste blogue falamos para muito poucos cidadãos,mas esperamos vir a falar para mais. É preciso difundi-lo, e isso é parte de um trabalho civico e de cidadania para quem de algum modo achar que o que é dito aqui deveria ser conhecido.

Todavia nestas coisas a minha postura é igual à da medicina preventiva todos os anos faço a vacina contra a gripe ( já afiz) e a sinusite e todos os anos apanho gripe e constipações, mas não dispenso aquele tratamento,porque receio, e os médicos dizem que se não o fizer poderei apanhar constipações e gripes bem mais fortes.

Também penso que se ninguém lutar, se o PCP, o BE, A CGTP e jornalistas e cidadãos progressiatas e democratas não falassem e lutassem já estariamos no fascismo dos camisas brancas, e isto é significativo. Esta a minha opinião que aqui me tráz,embora me questione, e obviamente não tenha nenhuma certeza.
abraço
asilva

José-Augusto de Carvalho disse...

Boa tarde, prezado Andrade da Silva!
Creio que já acumulámos dados suficientes para concluirmos que do Centrão só temos e teremos desilusão.
Atendendo à prática política de quem nos governa, só por ironia poderemos chamar ao Partido Socialista um partido de esquerda.
Quanto aos partidos que refere (PCP e BE), aguardarão que a Povo Português neles confie os destinos do Povo-País.
Relativamente à CGTP-IN, creio ser a única força sindical que se comporta como tal. Exactamente por isso, é notório o incómodo que causa ao Centrão e ao grande patronato.
Quanto às vozes, poucas, que do Centrão nos chegam com alguma credibilidade, apenas sublinho a minha estranheza por se manterem nesse mesmo Centrão, até porque me não convence quem, como diz o povo, julga possível «estar de bem com Deus e com o Diabo».
Grande e fraterno abraço.
José-Augusto